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Sexta-feira, 20 de Maio de 2022 - Adilson Oliveira - Especial para o JORNAL ATUAL
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O encerramento da sindicância para apuração sobre o desvio de vacinas contra covid-19 na UBS Santo Onofre completou um ano, no dia 10, mas o prefeito Aprígio (Podemos) até hoje não deu esclarecimentos acerca do ato ilícito após a “investigação” à população de Taboão da Serra. Ele homologou a conclusão dos trabalhos às pressas, no dia seguinte, 11 de maio. Aprígio ocultaria o desfecho para “poupar” um vereador aliado e até a primeira-dama.
O relatório só se tornou público ao ser revelado pelo VERBO, em 2 de julho de 2021, quase dois meses após concluída a apuração – já naquela data, este portal apontava que Aprígio escondia o resultado, em postura suspeita. A sindicância foi aberta para “apurar responsabilidades, quanto a suposta vacinação em desacordo com o calendário de vacinação, bem como possível extravio de doses de vacinas na Unidade Básica de Saúde – Santo Onofre”.

O desvio de vacinas foi denunciado em 8 de abril. Na data, a diretora Fernanda Nascimento Cruz já foi exonerada, mesmo antes da apuração. Uma semana depois, no dia 15, a sindicância ouviu a servidora. Ela negou desvio: “Não tenho conhecimento sobre extravio de doses, nunca ocorreu, a divergência se deu pela não alimentação correta do sistema, […] fazíamos a contagem diariamente, quantas doses havíamos recebido e quantas estavam no estoque”.

Porém, a funcionária Maria Carvalho depôs que “foi um funcionário do Cras […], levou uma menina de 15 anos e tomou vacina lá”, e a diretora vacinou empregados de farmácias que não trabalhavam nem moravam em Taboão”. “O que ela usa [fala] para os pacientes é que o vereador conseguiu as vacinas, não importa se tem 20, 30, 50 ou 60 anos, pode ver filipetas que é dona de casa, controlador de acesso, motoboy que estava tomando”, diz, no relatório.

O vereador em questão é Alex Bodinho (PL), a quem a então diretora Fernanda era ligada. Maria Carvalho é Maryah, como conhecida. Denunciante do desvio das vacinas, ela procurou o VERBO no fim de julho, indignada, após ser achincalhada e ameaçada por aliados do vereador, em consequência de ter sido exposta como a pessoa que expôs o ato ilícito por um assessor direto de Aprígio, lotado no gabinete do prefeito, Antonio Francelino de Cerqueira, pastor.

A este portal, Maryah afirmou que o sumiço das vacinas não ocorreu por erro no preenchimento de “filipetas” ou descuido em vacinar pessoas não prioritárias, mas por ato deliberado de servidores indicados por Bodinho, com envolvimento do vereador. “A funcionária dele [Fernanda] não ia fazer um negócio desse sem ele ter consciência, [a ponto de] colocar a tenda [de vacinação] praticamente dentro do escritório dele. Ele tinha plena consciência”, diz.

“Eu entrei [na UBS] dia 20 de janeiro. Com 13 dias que estava lá, eu já sabia que tinha coisa errada: desvio de vacina, desvio de remédio, fura-fila”, acrescenta Maryah. A então servidora logo buscou expor a situação. Procurou Luzia Aprígio, mulher do prefeito e vereadora, quem a indicara ao cargo, mais de 40 dias antes de apresentar a denúncia ao governo, e falou sobre o desvio de vacinas. “Dia 26 de fevereiro, quando fui até o escritório dela”, confirma.

Luzia até teria demonstrado interesse pelo caso. “Ela falou que precisava de mim lá [na UBS] para levantar tudo o que precisava”, conta Maryah, sobre pedido para reunir provas do desvio, razão por que só fez a denúncia em abril. Mas Luzia não tomou qualquer providência para coibir o ato ilícito, em postura grave, principalmente como parlamentar, que tem o papel de fiscalizar. Ela não respondeu mais a Maryah – que acabou exonerada em outubro por Aprígio.

Com um vereador da base acusado de envolvimento no desvio e com a mulher apontada por prevaricar, Aprígio abafa o caso, oculta a conclusão da sindicância, que nem cita Bodinho e Luzia, apesar de mencionados por Maryah. Se não bastasse, o governo concluiu que 233 doses sumiram com base no relato do coordenador da Vigilância Epidemiológica. Mas, três dias após o depoimento do técnico, o substituto da gestora na UBS não confirmou o dado.

“Até hoje nós temos 233 doses que eles [UBS] não dão conta do que realmente aconteceu. As doses foram para a UBS e não existiam mais, sem justificativa”, alegou Milton Parron, em 20 de abril. “Teve lançamentos que nós fizemos que o paciente veio [se vacinou] e que não estavam lançados, só que o número não abaixa, então não entendo essa contagem, hoje até a hora que eu saí [da UBS] estava em 229 [doses sumidas]”, disse Vilson Louzada, em 23 de abril.
Apuração do desvio de vacinas faz 1 ano. Dois vereadores foram citados
O encerramento da sindicância para apuração sobre o desvio de vacinas contra covid-19 na UBS Santo Onofre completou um ano, no dia 10, mas o prefeito Aprígio (Podemos) até hoje não deu esclarecimentos acerca do ato ilícito após a “investigação” à população de Taboão da Serra. Ele homologou a conclusão dos trabalhos às pressas, no dia seguinte, 11 de maio. Aprígio ocultaria o desfecho para “poupar” um vereador aliado e até a primeira-dama.
Aprígio oculta relatório sobre desvio de doses e não esclarece caso 1 ano após fim da sindicância; Bodinho é acusado de envolvimento e Luzia, de prevaricar | PMTS